Linha de comando e estrutura de pacotes

Você pode encontrar os exemplos deste capítulo aqui

Nosso gerente de produto quer pivotar e introduzir uma segunda aplicação - uma aplicação de linha de comando.

Inicialmente, ela vai apenas ser capaz de gravar o que um jogador vence quando o usuário digita Ruth venceu. A intenção é eventualmente criar uma ferramenta para ajudar usuários a jogar pôquer.

O gerente de produto quer que o banco de dados seja compartilhado entre as duas aplicações para que a liga atualize de acordo com as vitórias gravadas nessa nova aplicação.

Lembrando do código

Nós temos uma aplicação com um arquivo main.go que inicia um servidor HTTP. O servidor HTTP não é nosso interesse neste exercício mas a abstração usada é. Ele depende de ArmazenamentoJogador.

type ArmazenamentoJogador interface {
    ObterPontuacaoDeJogador(nome string) int
    GravarVitoria(nome string)
    ObterLiga() Liga
}

No capítulo anterior, criamos um SistemaDeArquivoArmazenamentoJogador que implementa essa mesma interface. Temos que poder reutilizar parte dela para a nossa nova aplicação.

Primeiro vamos refatorar um pouco

Nosso projeto precisa criar dois executáveis, nosso existente servidor web e o app de linha de comando.

Antes de nos entretermos no nosso novo código, precisamos estruturar nosso projeto melhor para suportar isso.

Até agora todos os códigos foram colocador em uma única pasta, em uma estrutura parecida com essa

$GOPATH/src/github.com/seu-nome/meu-app

Para fazer qualquer aplicação em Go, é necessário uma função main dentro de um package main. Até agora todo nosso código viveu dentro de package main e a função func main pode referenciar tudo.

Isso foi legal e é uma boa prática não sair gerando estrutura com pacotes logo de início. Se você olhar dentro da biblioteca padrão você vai ver bem pouco a utilização de pastas e estruturas.

Felizmente é bem fácil adicionar uma estrutura quando precisar dela.

Dentro do projeto existente crie uma pasta cmd com uma chamada webserver dentro dela (ex: mkdir -p cmd/webserver).

Mova o arquivo main.go para dentro dessa pasta.

Se você tiver o comando tree instalado você pode executar sua estrutura de pastas tem que parecer

.
├── ArmazenamentoSistemaArquivo.go
├── ArmazenamentoSistemaArquivo_test.go
├── cmd
│   └── webserver
│       └── main.go
├── liga.go
├── servidor.go
├── servidor_integration_test.go
├── servidor_test.go
├── tape.go
└── tape_test.go

Agora temos uma separação efetiva entre nossa aplicação e o código da biblioteca mas agora temos que mudar alguns nomes de pacotes(package). Lembre-se que ao construir uma aplicação Go seu nome deve ser main.

Mude todos os outros códigos para ter um pacote chamado poquer.

Finalmente, temos que importar esse pacote no main.go para utilizá-lo na criação de nosso servidor web. Então podemos usar nossa biblioteca chamando poquer.NomeDaFunção.

Os caminhos de diretórios vão ser diferentes no seu computador, mas deveria parecer com isso:

package main

import (
    "log"
    "net/http"
    "os"
    "github.com/larien/aprenda-go-com-testes/criando-uma-aplicacao/linha-de-comando/v1"
)

const nomeArquivoBD = "jogo.db.json"

func main() {
    db, err := os.OpenFile(nomeArquivoBD, os.O_RDWR|os.O_CREATE, 0666)

    if err != nil {
        log.Fatalf("falha ao abrir %s %v", nomeArquivoBD, err)
    }

    armazenamento, err := poquer.NovoArmazenamentoSistemaDeArquivodeJogador(db)

    if err != nil {
        log.Fatalf("falha ao criar sistema de arquivos para armazenar jogadores, %v ", err)
    }

    servidor := poquer.NovoServidorJogador(armazenamento)

    if err := http.ListenAndServe(":5000", servidor); err != nil {
        log.Fatalf("nao foi possivel escutar na porta 5000 %v", err)
    }
}

O caminho da pasta pode parecer chocante, mas essa é a forma para importar qualquer biblioteca pública no seu código.

Separando nosso código em um pacote isolado e enviando para um repositório público como o GitHub qualquer desenvolvedor Go pode escrever código que importe esse pacote com as funcionalidades que disponibilizarmos. A primeira vez que você tentar e executar ele vai reclamar que o pacote não existe mas tudo que precisa ser feito é executar go get.

Além disso, usuários podem ver a documentação em godoc.org.

Verificações finais

  • Dentro do diretório raiz rode go test e valide que ainda está passando

  • Vá dentro de cmd/webserver e rode go run main.go

    • Abra http://localhost:5000/liga e veja que ainda está funcionando

Estrutura inicial

Antes de escrever os testes, vamos adicionar uma nova aplicação que nosso projeto vai construir. Crie outro diretório dentro de cmd chamado cli (command line interface) e adicione um arquivo main.go com

package main

import "fmt"

func main() {
    fmt.Println("Vamos jogar poquer")
}

O primeiro requisito que vamos discutir is como gravar uma vitória quando o usuário digitar {NomeDoJogador} venceu.

Escreva o teste antes

Sabemos que temos que escrever algo chamado CLI que vai nos permitir Jogar poquer. Isso vai precisar ler o que o usuário digita e então gravar a vitória no armazenamento ArmazenamentoJogador.

Antes de irmos muito longe, vamos apenas escrever um teste para verificar a integração com a ArmazenamentoJogador funciona como gostaríamos.

Dentro de CLI_test.go (no diretório raiz do projeto, não dentro de cmd)

func TestCLI(t *testing.T) {
    armazenamentoJogador := &EsbocoArmazenamentoJogador{}
    cli := &CLI{armazenamentoJogador}
    cli.JogarPoquer()

    if len(armazenamentoJogador.ChamadasDeVitoria) !=1 {
        t.Fatal("esperando uma chamada de vitoria mas nao recebi nenhuma")
    }
}
  • Podemos usar nossa EsbocoArmazenamentoJogador de outros testes

  • Passamos nossa dependência dentro do nosso ainda não existente tipo CLI

  • Iniciamos o jogo chamando um método que chamaremos de JogarPoquer

  • Validamos se a vitória foi registrada

Tente rodar o teste

# github.com/larien/aprenda-go-com-testes/criando-uma-aplicacao/linha-de-comando/v2
./cli_test.go:25:10: undefined: CLI

Escreva o mínimo código para o teste rodar e verificarmos o próximo error

Neste ponto, você deveria estar confortável para criar nossa nova CLI struct (estrutura de dados) com os respectivos campos necessários para nossa dependência e adicionar um método.

Você deveria acabar com um código como esse

type CLI struct {
    armazenamentoJogador ArmazenamentoJogador
}

func (cli *CLI) JogarPoquer() {}

Lembre-se que estamos apenas tentando fazer o teste rodar para validarmos que ele falha como esperamos

--- FAIL: TestCLI (0.00s)
    cli_test.go:30: esperando uma chamada de vitoria mas nao recebi nenhuma
FAIL

Escreva código suficiente para fazer ele passar

func (cli *CLI) JogarPoquer() {
    cli.armazenamentoJogador.GravarVitoria("Cleo")
}

Isso deve fazer ele passar.

Agora, precisamos simular lendo isso from Stdin (o que o usuário digita) para que fique registrado vitórias para jogadores específicos.

Vamos incrementar nosso teste para exercitar essa condição.

Escreva o teste antes

func TestCLI(t *testing.T) {
    in := strings.NewReader("Chris venceu\n")
    armazenamentoJogador := &EsbocoArmazenamentoJogador{}

    cli := &CLI{armazenamentoJogador, in}
    cli.JogarPoquer()

    if len(armazenamentoJogador.ChamadasDeVitoria) < 1 {
        t.Fatal("esperando uma chamada de vitoria mas nao recebi nenhuma")
    }

    obtido := armazenamentoJogador.ChamadasDeVitoria[0]
    esperado := "Chris"

    if obtido != esperado {
        t.Errorf("nao armazenou o vencedor correto, recebi '%s', esperava '%s'", obtido, esperado)
    }
}

os.Stdin é o que vamos usar no main para capturar o que for digitado pelo usuário. Ele é um *File por trás dos panos o que siginifica que implementa io.Reader o qual sabemos ser um jeito útil de capturar texto.

Nós criamos um io.Reader no nosso teste usando strings.NewReader, preenchendo ele com o que esperamos que o usuário digite.

Tente rodar o teste

./CLI_test.go:12:32: too many values in struct initializer

Muitos valores no inicializador da estrutura.

Escreva o mínimo código para o teste rodar e verificarmos o próximo error

Precisamos adicionar nossa nova dependência dentro de CLI.

type CLI struct {
    armazenamentoJogador ArmazenamentoJogador
    in io.Reader
}

Escreva código suficiente para fazer ele passar

--- FAIL: TestCLI (0.00s)
    CLI_test.go:23: nao armazenou o vencedor correto, recebi 'Cleo', esperava 'Chris'
FAIL

Lembre-se de primeiro fazer o que for mais fácil

func (cli *CLI) JogarPoquer() {
    cli.armazenamentoJogador.GravarVitoria("Chris")
}

O teste vai passar. Depois nós vamos adicionar outro teste que vai nos forçar a escrever mais código, mas antes, vamos refatorar.

No server_test anteriormente fizemos validações para saber se uma vitória é armazenada assim como temos aqui. Vamos mover essa validação para dentro de um helper e manter o código DRY.

func verificaVitoriaJogador(t *testing.T, armazenamento *EsbocoArmazenamentoJogador, vencedor string) {
    t.Helper()

    if len(armazenamento.ChamadasDeVitoria) != 1 {
        t.Fatalf("recebi %d chamadas de GravarVitoria esperava %d", len(armazenamento.ChamadasDeVitoria), 1)
    }

    if armazenamento.ChamadasDeVitoria[0] != vencedor {
        t.Errorf("nao armazenou o vencedor correto, recebi '%s' esperava '%s'", armazenamento.ChamadasDeVitoria[0], vencedor)
    }
}

Agora troque a validação em ambos os arquivos server_test.go e CLI_test.go.

O teste deve agora parecer com

func TestCLI(t *testing.T) {
    in := strings.NewReader("Chris venceu\n")
    armazenamentoJogador := &EsbocoArmazenamentoJogador{}

    cli := &CLI{armazenamentoJogador, in}
    cli.JogarPoquer()

    verificaVitoriaJogador(t, armazenamentoJogador, "Chris")
}

Agora vamos escrever outro teste com uma variação do que o usuário digitou nos forçando a ler de verdade.

Escreva o teste antes

func TestCLI(t *testing.T) {

    t.Run("recorda vencedor chris digitado pelo usuario", func(t *testing.T) {
        in := strings.NewReader("Chris venceu\n")
        armazenamentoJogador := &EsbocoArmazenamentoJogador{}

        cli := &CLI{armazenamentoJogador, in}
        cli.JogarPoquer()

        verificaVitoriaJogador(t, armazenamentoJogador, "Chris")
    })

    t.Run("recorda vencedor cleo digitado pelo usuario", func(t *testing.T) {
        in := strings.NewReader("Cleo venceu\n")
        armazenamentoJogador := &EsbocoArmazenamentoJogador{}

        cli := &CLI{armazenamentoJogador, in}
        cli.JogarPoquer()

        verificaVitoriaJogador(t, armazenamentoJogador, "Cleo")
    })

}

Tente rodar o teste

=== RUN   TestCLI
--- FAIL: TestCLI (0.00s)
=== RUN   TestCLI/recorda_vencedor_chris_digitado_pelo_usuario
    --- PASS: TestCLI/recorda_vencedor_chris_digitado_pelo_usuario (0.00s)
=== RUN   TestCLI/recorda_vencedor_cleo_digitado_pelo_usuario
    --- FAIL: TestCLI/recorda_vencedor_cleo_digitado_pelo_usuario (0.00s)
        CLI_test.go:27: nao armazenou o vencedor correto, recebi 'Chris' esperava 'Cleo'
FAIL

Escreva código suficiente para fazer ele passar

Vamos usar o bufio.Scanner para ler o que foi digitado no io.Reader.

O pacote bufio implementa [buffered](https://pt.wikipedia.org/wiki/Buffer_(ci%C3%AAncia_da_computa%C3%A7%C3%A3o)) I/O. Ele encapsula um objeto io.Reader ou io.Writer, criando um outro objeto (Reader ou Writer) que também implementa a interface mas prover buffering e ajuda com entradas/saídas de textos.

Atualize o código para

type CLI struct {
    armazenamentoJogador ArmazenamentoJogador
    in          io.Reader
}

func (cli *CLI) JogarPoquer() {
    reader := bufio.NewScanner(cli.in)
    reader.Scan()
    cli.armazenamentoJogador.GravarVitoria(extrairVencedor(reader.Text()))
}

func extrairVencedor(userInput string) string {
    return strings.Replace(userInput, " venceu", "", 1)
}

O teste agora vai passar.

  • Scanner.Scan() vai ler até o carácter de nova linha.

  • Só então usamos Scanner.Text() para returnar a string lida pelo scanner.

Agora que temos alguns testes passando, devemos amarrar isso ao nosso main. Lembre-se que devemos sempre almejar ter o código funcionando totalmente integrado o mais rápido que pudermos.

No main.go adicione o seguinte e execute. (você pode ter que ajustar o caminho da segunda dependência para refletir o que tem no seu computador)

package main

import (
    "fmt"
    "github.com/larien/aprenda-go-com-testes/criando-uma-aplicacao/linha-de-comando/v3"
    "log"
    "os"
)

const nomeArquivoBD = "jogo.db.json"

func main() {
    fmt.Println("Vamos jogar poquer")
    fmt.Println("Digite {Nome} venceu para registrar uma vitoria")

    db, err := os.OpenFile(nomeArquivoBD, os.O_RDWR|os.O_CREATE, 0666)

    if err != nil {
        log.Fatalf("falha ao abrir %s %v", nomeArquivoBD, err)
    }

    armazenamento, err := poquer.NovoArmazenamentoSistemaDeArquivodeJogador(db)

    if err != nil {
        log.Fatalf("falha ao criar sistema de arquivos para armazenar jogadores, %v ", err)
    }

    jogo := poquer.CLI{armazenamento, os.Stdin}
    jogo.JogarPoquer()
}

Você deve receber um erro:

linha-de-comando/v3/cmd/cli/main.go:32:25: implicit assignment of unexported field 'armazenamentoJogador' in poquer.CLI literal
linha-de-comando/v3/cmd/cli/main.go:32:34: implicit assignment of unexported field 'in' in poquer.CLI literal

O que está acontecendo é que por causa da tentativa de associar os campos armazenamentoJogador e in na CLI. Eles são campos não exportados(privados). Nós podemos fazer isso nos nossos testes porque o teste está no mesmo pacote da CLI (poquer). Mas nosso main é um pacote main portanto não tem acesso.

Isso enfatiza a importância de integrar seu código. Nós definimos corretamente as dependências da CLI como privada (porque não queremos expô-las para os usuários da CLI) mas não criamos uma forma para os usuário construí-las.

Existe alguma forma de identificarmos esse problema antes?

package mypackage_test

Nos exemplos usados até agora, quando nós fazemos um arquivo para testes nós declaramos ele como pertencendo ao mesmo pacote que estamos testando.

Tudo bem e fazer isso significa no pior dos casos que queremos testar algo que é pertecente somente aquele pacote conseguimos acesso aos tipos não exportados.

Mas considerando que, em geral, advogamos para não se fazer testes de coisas internas, como Go pode garantir isso? E se pudéssemos testar nosso código aonde somente temos acesso aos tipos exportados (como em nossp main)?

Quando você escreve um project com múltiplos pacotes eu recomendo fortmente que o nome to seu pacote tenha o sufixo _test. Fazendo isso você somente ter acesso aos tipos públicos no seu pacote. Isso ajuda nesse caso especificamente mas também ajuda a disciplinar o teste somente de APIs públicas. Se ainda assim você precisar testar coisa interna você pode criar um teste separado com o nome de pacote igual ao do que você quer testar.

A máxima do TDD é que se você não pode testar o seu código então provávelmente vai ser difícil para os usuários do seu código de integrar com ele. Fazendo uso de package foo_test vai forçar você à testar seu código como se você estivesse importando ele como vão fazer aqueles que importarem o seu pacote.

Antes de consertar o main vamos mudar o nome de pacote do nosso teste dentro de CLI_test.go para poquer_test.

Se sua IDE estiver bem configurada você vai de repente ver um monte de vermelho! Se você rodar o compilador vocês vai ver os seguintes errors:

./CLI_test.go:12:19: undefined: EsbocoArmazenamentoJogador
./CLI_test.go:17:3: undefined: verificaVitoriaJogador
./CLI_test.go:22:19: undefined: EsbocoArmazenamentoJogador
./CLI_test.go:27:3: undefined: verificaVitoriaJogador

Nós agora tropeçamenos nos problemas de desenho do pacote. Para testar nosso código nós criamos algumas funções auxíliares e tipos emulados sem exportá-los e portanto não estão mais disponíveis para uso no nosso CLI_test porque eles foram definidos somente nos arquivos com _test.go no pacote poquer.

Queremos ter as funções auxíliares e tipos emulados disponível publicamente?

Está é uma discussão subjetiva. One argumento é que não queremos poluir a API do nosso pacote só para ter código que facilitam os tests.

Na apresentação "Testes avançados em Go" do Mitchell Hashimoto, é descrito como eles advogam na HashiCorp isso para que usuários do pacote possam escrever testes sem ter que reinventar a roda escrevendo tipos emulados. No nosso caso, isso significa que qualquer um usando nosso pacote poquer não tem que criar seus próprios ArmazenamentoJogador emulados se eles quiserem usar nosso código.

Informalmente eu tenho usado esta técnica em outros pacotes compartilhados e tem se provado extremamente útil em termos de economizar tempo dos usuários quando eles integram com nossos pacotes.

Então vamos criar um arquivo chamado testing.go e adicionar nossos cógidos auxiliares nele.

package poquer

import "testing"

type EsbocoArmazenamentoJogador struct {
    pontuacoes   map[string]int
    chamadasDeVitoria []string
    liga   []Jogador
}

func (s *EsbocoArmazenamentoJogador) ObterPontuacaoDeJogador(nome string) int {
    pontuacao := s.pontuacoes[nome]
    return pontuacao
}

func (s *EsbocoArmazenamentoJogador) GravarVitoria(nome string) {
    s.chamadasDeVitoria = append(s.chamadasDeVitoria, nome)
}

func (s *EsbocoArmazenamentoJogador) ObterLiga() Liga {
    return s.liga
}

func VerificaVitoriaJogador(t *testing.T, armazenamento *EsbocoArmazenamentoJogador, vencedor string) {
    t.Helper()

    if len(armazenamento.ChamadasDeVitoria) != 1 {
        t.Fatalf("recebi %d chamadas de GravarVitoria esperava %d", len(armazenamento.ChamadasDeVitoria), 1)
    }

    if armazenamento.ChamadasDeVitoria[0] != vencedor {
        t.Errorf("nao armazenou o vencedor correto, recebi '%s' esperava '%s'", armazenamento.ChamadasDeVitoria[0], vencedor)
    }
}

// tarefa para você - adicionar os códigos restantes

Você precisar tornar essas funções públicas (lembre-se que exportar em Go é feito apenas colocando a primeira letra em maíusculo) se você quiser que elas sejam expostas para quem importar esse pacote.

No nosso teste CLI você precisa chamar o código como se fosse usando de um pacote diferente.

func TestCLI(t *testing.T) {

    t.Run("recorda vencedor chris digitado pelo usuario", func(t *testing.T) {
        in := strings.NewReader("Chris venceu\n")
        armazenamentoJogador := &poquer.EsbocoArmazenamentoJogador{}

        cli := &poquer.CLI{armazenamentoJogador, in}
        cli.JogarPoquer()

        poquer.VerificaVitoriaJogador(t, armazenamentoJogador, "Chris")
    })

    t.Run("recorda vencedor cleo digitado pelo usuario", func(t *testing.T) {
        in := strings.NewReader("Cleo venceu\n")
        armazenamentoJogador := &poquer.EsbocoArmazenamentoJogador{}

        cli := &poquer.CLI{armazenamentoJogador, in}
        cli.JogarPoquer()

        poquer.VerificaVitoriaJogador(t, armazenamentoJogador, "Cleo")
    })

}

Você vai ver que agora temos o mesmo problema que tivemos na main

./CLI_test.go:15:26: implicit assignment of unexported field 'armazenamentoJogador' in poquer.CLI literal
./CLI_test.go:15:39: implicit assignment of unexported field 'in' in poquer.CLI literal
./CLI_test.go:25:26: implicit assignment of unexported field 'armazenamentoJogador' in poquer.CLI literal
./CLI_test.go:25:39: implicit assignment of unexported field 'in' in poquer.CLI literal

O jeito mais fácil de resolver isso é fazer um construtor como temos para outros tipos. Nós também vamos mudar o CLI para que ele armazene a bufio.Scanner ao invés do leitor pois ele vai ser automaticamente encapsulado no momento da construção.

type CLI struct {
    armazenamentoJogador ArmazenamentoJogador
    in          *bufio.Scanner
}

func NovoCLI(armazenamento ArmazenamentoJogador, in io.Reader) *CLI {
    return &CLI{
        armazenamentoJogador: armazenamento,
        in:          bufio.NewScanner(in),
    }
}

Fazendo isso, podemos simplificar e refatorar no código do leitor

func (cli *CLI) JogarPoquer() {
    userInput := cli.readLine()
    cli.armazenamentoJogador.GravarVitoria(extrairVencedor(userInput))
}

func extrairVencedor(userInput string) string {
    return strings.Replace(userInput, " venceu", "", 1)
}

func (cli *CLI) readLine() string {
    cli.in.Scan()
    return cli.in.Text()
}

Mude o teste para usar o esse construtor e valtamos a ter nossos testes passando.

Por último, podemos voltar para o nosso main.go e usar o construtor que acabamos de criar

jogo := poquer.NovoCLI(armazenamento, os.Stdin)

Tente executar ele, digite "Bob venceu".

Refatoração

Nós temos alguma repetição nas nossas respectivas aplicações aonde estamos abrindo um arquivo e criando um ArmazenamentoSistemaArquivo a partir do seu conteúdo. Isso parece uma pequena fraqueza no desenho do nosso pacote então deveríamos fazer uma função nele para encapsular a abertura de arquivos dado um caminho e retornar a ArmazenamentoJogador.

func ArmazenamentoSistemaDeArquivoJogadorAPartirDeArquivo(path string) (*SistemaDeArquivoArmazenamentoJogador, func(), error) {
    db, err := os.OpenFile(path, os.O_RDWR|os.O_CREATE, 0666)

    if err != nil {
        return nil, nil, fmt.Errorf("falha ao abrir %s %v", path, err)
    }

    closeFunc := func() {
        db.Close()
    }

    armazenamento, err := NovoArmazenamentoSistemaDeArquivodeJogador(db)

    if err != nil {
        return nil, nil, fmt.Errorf("falha ao criar sistema de arquivos para armazenar jogadores, %v ", err)
    }

    return armazenamento, closeFunc, nil
}

Agora refatorando ambas aplicações para usar a função de criar o armazenamento.

Código da aplicação CLI

package main

import (
    "github.com/larien/aprenda-go-com-testes/criando-uma-aplicacao/linha-de-comando/v3"
    "log"
    "os"
    "fmt"
)

const nomeArquivoBD = "jogo.db.json"

func main() {
    armazenamento, close, err := poquer.ArmazenamentoSistemaDeArquivoJogadorAPartirDeArquivo(nomeArquivoBD)

    if err != nil {
        log.Fatal(err)
    }
    defer close()

    fmt.Println("Vamos jogar poquer")
    fmt.Println("Digite {Nome} venceu para registrar uma vitoria")
    poquer.NovoCLI(armazenamento, os.Stdin).JogarPoquer()
}

Código da aplicação do servidor Web

package main

import (
    "github.com/larien/aprenda-go-com-testes/criando-uma-aplicacao/linha-de-comando/v3"
    "log"
    "net/http"
)

const nomeArquivoBD = "jogo.db.json"

func main() {
    armazenamento, close, err := poquer.ArmazenamentoSistemaDeArquivoJogadorAPartirDeArquivo(nomeArquivoBD)

    if err != nil {
        log.Fatal(err)
    }
    defer close()

    servidor := poquer.NovoServidorJogador(armazenamento)

    if err := http.ListenAndServe(":5000", servidor); err != nil {
        log.Fatalf("nao foi possivel escutar na porta 5000 %v", err)
    }
}

Note a simetria: mesmo sendo diferente interfaces de usuário o setup é quase idêntico. Isso dá impressão de uma boa validação do nosso desenho. E note também que ArmazenamentoSistemaDeArquivoJogadorAPartirDeArquivo retorna uma função close (fechar), que podemos encerrar o arquivo fundamental assim que terminarmos de usar o armazenamento.

Resumindo

Estrutura do pacote

Esse capítulo pretendia criar duas aplicações, reusar o código de domínio que escrevemos até agora. Para fazer isso, nós precisamos atualizar a estrutura do nosso pacote para que ela tivesse pastas separadas para nossos respectivos mains.

Fazendo isso nós enfrentamos problemas de integração devido a valores não exportados então demostrando o valor de trabalhar em pequenas "etapas" e integrar com frequência.

Aprendemos como mypackage_test ajudou a criar um ambiente de testes que prover a mesma experiência de outros pacotes integrando com nosso código, assim ajudando você a pegar problemas de integração e ver o quão fácil (ou não) é de usar seu código.

Lendo a entrada do usuário

Vimos como lendo do os.Stdin é muito fácil de usar pois ele implementa o io.Reader. Nós usamos bufio.Scanner para facilitar a leitura linha à linha do que o usuário digita.

Abstração simples leva à simples reutilização de código

Quase não nos esforçamos para integrar a ArmazenamentoJogador na nossa aplicação (assim que fizemos alguns ajustes no pacode) e subsequente testar foi muito fácil tambem porque nós decidimos também expor a versão emulada.

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